No programa onde ele passa a maior parte do tempo em ambientes inóspitos juntamente com Leo Rocha, sobrevivencialista, dando dicas de como se safar das intempéries dos locais.
Edmílson Leite é coronel da Força Aérea especializado em resgates de alto risco, paraquedista e mergulhador. O Cel. Leite estava acompanhado do famoso instrutor, Ten. Cel. Freire e sua equipe. Freire é aviador da reserva da Aeronáutica, Coordenador e Instrutor do Centro de Instrução “Nossa Lida Nossa Vida” de Florianópolis.
Passadas as apresentações, o dia inicia com instruções teóricas de sobrevivência básica, baseado em um estudo de caso real: acidente aéreo o qual restaram mulheres e crianças feridas no meio da Floresta Amazônica. Leite conta como os sobreviventes passaram 4 dias, feridos, sem água e sem comida, bem como detalhes do resgate dos feridos e o funcionamento da operação SAR no Brasil e do Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico Brasileiro (SISSAR).
Você pode baixar o manual clicando aqui.
Após as considerações sobre o estudo de caso, passa-se as instruções teóricas básicas sobre Sobrevivência em caso de sinistro: princípios básicos da sobrevivência, a importância de um bom kit de sobrevivência, ações imediatas e subsequentes, obtenção de água e fogo, abrigo, local da sobrevivência, cuidados com a saúde, sinalização e comunicação, orientação e navegação.
A existência de sobreviventes no acidente do Chapecoense não é caso único na aviação. Mas é raro sobreviverem seis passageiros.
Existem vários personagens famosos no Brasil que ensinam a fabricar abrigos, bunkers etc. O Cel leite é um deles. O diferencial é que foi militar e passou por situações reais de sobrevivência, diferente da maioria que opera em ambiente simulado. Claro que não se descarta o conhecimento dessas pessoas que estudam a anos as têcnicas mais variadas e aplicam em suas vidas. Os mais famosos e verdadeiros que podemos citar alem do Cel Leite é Marcio Batata responsável pelo Guia do sobrevivente e Giuliano Toniolo, responsável pelo Mestre do mato.
Treine e sobreviva
Diante daquelas considerações, fomos transportados para os exercícios práticos.
Isolados em um parque natural na cidade de Timbó-SC, passamos a “sobreviver” colocando em prática a teoria antes aprendida. A sobrevivência na prática fica muito mais fácil em um ambiente controlado e em uma simulação assistida, então, não tivemos problema em colocar os ensinamentos em prática.
Como o dia estava bastante úmido, a obtenção de água foi fácil. Contudo, fogo foi um parto fazer. Mas como paciência é a chave para tudo, depois de meia hora acertamos um foguinho para esquentar lenha úmida. Após, construímos abrigos, aprendemos sobre cuidados com frutas e animais peçonhentos, sinalização, uso de frequências de emergência, etc.
Mais tarde, passamos as técnicas de caça e pesca.
Realizamos o clássico sopão com galinha e coelho, aliás, sopão é melhor alimento para se realizar em uma ocorrência de sobrevivência, por conservar melhor todos os nutrientes do animal e dos vegetais. Após o almoço, realizamos exercícios práticos com orientação e o já citado ESAON: Estacione, Sinalize, Alimente-se, Oriente-se, Navegue, que você pode ler na matéria escrita em julho de 2016, aqui mesmo nessa revista clicando aqui.
Nós e amarrações não tem segredo: saber fazer 4 a 5 nós para funções precípuas de sobrevivência é suficiente. O nó deve ser de fácil confecção, de fácil soltura e seguro. Extremidades, junção, ancoragem e alceados são os principais. Relativo a Orientação, com os meios expeditos do sol, relógio e bússola, sabendo o azimute, com equipe de navegação e aferição de passos, tudo fica muito fácil.
O curso é resumidão. Ele condensa 3 dias de curso em apenas 15 horas. Mas vale a pena. O Cel. Leite e sua equipe são pessoas acessíveis e simples. Você pergunta e eles respondem. Longe do ambiente militar ou policial, eles são camaradas e não tem aquela sugação básica para fazer você babar e colar as placas (a não ser para comer o sopão). Então vale a pena.
A conclusão do curso se dá com a ênfase na importância de um bom kit de sobrevivência e no que o Cel. chama de “Espírito de Sobrevivência”: o conhecimento das regras de sobrevivência pode prolongar as perspectivas de vida em áreas e situações adversas, permitindo que equipes de resgate encontrem vítimas com vida. Todos devem estar em condições de sobreviver em qualquer situação e prestar ajuda aos demais sobreviventes.
Desafio BootCamp
Se você acredita que sabe sobreviver te desafio a participar do 1º Desafio BootCamp da Serra Gaúcha: Sobrevivencialismo, Defesa Pessoal, Primeiros Socorros e Treinamento Físico.
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