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AVALIAÇÃO DA CENA EM ÁREA HOSTIL

A avaliação da cena e assistência ao trauma em áreas hostis, onde podem haver atiradores ativos, devem seguir protocolos específicos e ser desempenhada por equipes devidamente treinadas e equipadas para o enfrentamento se for necessário.

Este tipo de cenário impõe barreiras ao serviço médico convencional, tais como isolamento da área, riscos balísticos e falta de técnicas específicas para quem não compõe uma unidade de enfrentamento ao crime. Além disso, segundo PHTLS (2011), uma equipe de atendimento convencional como bombeiros ou SAMU, podem se tornar um fardo dentro da área quente e ocasionar atrasos que serão cruciais no atendimento do paciente.

Durante as operações policias é de extrema importância a delimitação de áreas de atendimento e isolamento do local da crise, desta forma se evita que pessoas não envolvidas com a operação entrem na cena e que o perigo tome proporções maiores, devendo para isso, dividir o local em:

Área quente: local onde está a crise, em que há riscos sérios a vida dos envolvidos e que só poderão entrar os especialistas que farão a resolução ou atendimento da ocorrência.

Área morna: será delimitado de acordo com o meio agressor envolvido, por exemplo, esta área ficará mais afastada caso haja explosivos envolvidos. Neste local ficará o suporte as equipes de intervenção e equipes de segunda resposta caso seja necessário.

Área fria: destinada as unidades de bombeiros e Suporte Avançado de Vida, bem como imprensa e posto de comando das operações.  

Cabe a equipe policial, o zoneamento, avaliação, primeira resposta e extração da vítima até uma área segura onde poderão ser dados os cuidados definitivos por outras unidades.

Define-se então alguns objetivos que deverão ser buscados: Tratar as vítimas: buscando sempre o tratamento dos ferimentos que possam levar a morte iminente se não contidos a tempo, como grandes hemorragias.  Prevenir lesionados adicionais: fazer a extração do paciente da forma mais rápida possível, levando para um abrigo adequado, minimizando deslocamentos desnecessários e com movimentos planejados e rápidos. Completar com êxito a ocorrência: com a resposta adequada aos meios agressores apresentados, utilizando técnicas e táticas de neutralização da ameaça conforme a situação apresentada.

Viver ou morrer

Pontos chaves:

  •          Problemas no ingresso de uma unidade convencional de APH na área de risco;
  •          A maioria das mortes ocorrem antes da chegada ao Pronto-socorro devido a hemorragia não contida;
  •          O paciente terá ou não chance de sobrevida, de acordo com os cuidados que forem prestado a ele em campo;
  •          Falta de IFAK (Kit de primeiros socorros individual) para os policiais.

A partir do momento da delimitação de uma área de crise, onde os envolvidos dispõe das informações essenciais para começar a traçar uma estratégia efetiva de reação, alguns fatores devem ser observados e priorizados, formando uma sequência de ações que são compostas pelas seguintes fases:

 

Repelir ou conter a ameaça: A prioridade, antes mesmo de ingressar em uma área hostil para resgatar um companheiro, é a busca pela neutralização ou contenção momentânea da ameaça, identificando local dos disparos e evitando situações onde os intervencionistas se tornem alvos do inimigo. Para isso, subentende-se que o uso de equipes e armamentos específicos trazem a fluidez necessária para o combate.

Buscar abrigo imediato: A partir do momento em que algum membro da equipe está lesionado, cabe a seus companheiros efetivar esta busca de abrigo, devendo ser um local com proteção balística suficiente para o calibre da arma enfrentado. Caso não houver outros companheiros e o lesionado tiver condições de buscar esse abrigo, ele o fará da forma mais rápida possível.

Extrair o paciente da área crítica: A extração será feita a partir do momento em que os intervalos de tiro sejam convenientes à retirada, da forma mais rápida possível, estando atento as áreas tidas como “cone da morte”, que são áreas com a maior probabilidade de haver um risco eminente, como portas e janelas ou áreas abertas e sem proteção balística.

Avaliar e tratar o trauma que provocam risco eminente: Neste tratamento devem ser priorizados os ferimentos que comprometam a vida do lesionado de imediato, como grandes hemorragias e ferimentos pulmonares. Devendo serem tratadas de forma a manter o paciente na mesma situação ou em situação melhor do que aquela em que ele estava antes de se dar início ao atendimento.   

Iniciar evacuação para a área fria: Esta evacuação tem a finalidade de transportar o lesionado até uma área onde os serviços de emergência estejam em prontidão, no aguardo da chegada das equipes policiais. Dependendo da distâncias de transporte, as equipes podem optar por técnicas de carregamento, mantas de extração ou até mesmo macas específicas para locais de alto risco como a maca envelope.

Fogo de cobertura:

 O fogo de cobertura, tem o objetivo de fazer com que se diminua os impactos sobre o operador ferido em uma área de conflito, fazendo com que não se agrave a situação da vítima. Desta forma, pode se avaliar e possibilitar o mais breve possível a evacuação emergencial para um abrigo primário, que dará a proteção necessária para tratamento de ferimentos que levam a morte iminente, como hemorragias massivas.

 É fundamental e primordial a utilização de coberturas ou abrigos, intercalados com movimentos simultâneos de deslocamento, como ponto a ponto, devendo estar atendo para o uso racional da munição e identificação do local dos disparos, evitando desprendimentos de recursos e pessoal.

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Written by Jefferson Rank

Enfermeiro Intensivista, graduado pelo IESC (Instituto Educacional de Santa Catarina), pós graduado em Enfermagem em Terapia Intensiva pela UNIASSELVI - SC, Policial Militar, integrante da Unidade de Atendimento Pré-hospitalar do 14º Batalhão de Policia Militar. Rescue Instructor da The Texas A&M University (TEEX - USA) desde 2014, Instrutor Pro-Board NFPA, Incident Safety Officer (FEMA), Medical Team Specialist (TEEX - USA), Operador em Medicina Tática (CIEMTED - Colômbia). Experiência de mais de 10 anos em resposta a emergências, desastres naturais e tecnológicos, desenvolve estágios operacionais no Brasil e exterior.

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